O empreendedorismo no Brasil, mesmo diante da instabilidade do cenário econômico, é visto como uma boa alternativa profissional. No entanto, não são poucos os empreendedores que ignoram a importância do planejamento estratégico de uma empresa para a criação e consolidação do negócio.
De cada 100 brasileiros adultos, 36 são empreendedores, segundo a pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM), divulgada pelo Sebrae. Por outro lado, a taxa de mortalidade das empresas entre 2010 e 2015 foi de 37,8%, conforme os dados do IBGE.
Uma das causas para a falência dos negócios em tão pouco tempo é a ausência de um planejamento estratégico logo no início, antes mesmo de abrir um CNPJ. Neste post, você vai entender por que é tão importante ter esse documento. Continue a leitura.
Qual o significado do planejamento estratégico de uma empresa?
Ao contrário do que muitos pensam, abrir uma empresa não é apenas se transformar no próprio chefe. É conhecido o adágio “quem tem clientes, tem saudades do patrão”.
Porém, os clientes não são a única preocupação dos empresários. Fornecedores, funcionários, concorrentes nacionais e internacionais, investidores, bancos e outras forças competitivas e relações de mercado que moldam o negócio.
Sem um planejamento estratégico — que é o mapeamento dessas forças, o posicionamento da empresa no cenário e o objetivo a ser atingido —, a sobrevivência nos primeiros anos é improvável. O acaso não é um bom aliado nos negócios.
A seguir, você entenderá melhor o que deve ser feito antes de elaborar o planejamento estratégico de uma empresa propriamente dito.
O que fazer antes de criar um planejamento estratégico?
Identificar o momento atual da empresa
Antes de tudo, é necessário saber como está a situação atual na empresa. O negócio pode estar em estágio inicial, pode ter um produto ou serviço consolidado no mercado, pode estar enfrentando barreiras externas ou se encontrar preso à própria falta de produtividade.
Um dos pilares do planejamento estratégico é determinar um objetivo macro para ser atingido em determinado período de tempo. A partir de então, o plano deve ser revisto. O início de tudo está na avaliação da situação atual.
Determinar e explorar os pontos fortes e fracos
Toda empresa precisa fazer uma análise SWOT — acrônimo em inglês para forças, fraquezas, oportunidades e ameaças. Trata-se de um quadrante em que as duas primeiras características são inerentes às empresas e as duas últimas são externas.
Esse conhecimento é necessário para saber como se posicionar no mercado e explorar as melhores chances de acordo com os recursos e reduzir os riscos.
Conhecer os concorrentes
Muitas vezes, eles são mais fortes e mais bem estabelecidos, conseguem melhores barganhas com os fornecedores e oferecem produtos e serviços com menor preço. Você precisa se informar sobre os concorrentes para saber como se diferenciar e criar sua própria clientela.
Segmentar o público
Seu produto ou serviço jamais vai atingir todas as pessoas. Mesmo que seu público seja diverso, existem traços que se repetem com frequência nos clientes. Faixa etária, gênero, valor gasto a cada compra, itens adquiridos, preferências, entre outros.
Com esses dados, você pode direcionar melhor os esforços e recursos da sua empresa para uma clientela que tem maior potencial de retorno. É um aspecto fundamental no planejamento estratégico de uma organização.
Entender a missão, visão e valores do negócio
Depois de compreender o seu público, é necessário um guia para nortear os caminhos a serem seguidos pela empresa. É por meio desse tripé (missão, visão e valores) que são elaborados o planejamento estratégico de uma companhia — ou seja, uma bússola para ajudar alcançar os resultados pretendidos.
Para definir a missão é necessário saber o motivo existencial da empresa, visto que sem ele, não é possível definir uma estratégia de crescimento, pois suas metas não são claras. Um conceito de missão sólida deve abranger o benefício gerado pela empresa para o seu público-alvo. Em vista que o crescimento de uma organização não depende somente da oferta do seu produto ou serviço, mas sim, de como ela beneficia o seu usuário com a sua mercadoria.
Tendo em mente a missão, a empresa precisa estabelecer uma visão de longo prazo, isto é, o que ela quer ser, onde ela pretende chegar. É válido, também, pensar previamente nos resultados das ações, pois, a partir dela, pode se ter uma ótica racional sobre o futuro da marca.
A partir da missão e visão são criados os valores, pois existem muitas formas de se atingir um objetivo (visão), mas é necessário ter em mente quais são os princípios ou crenças que servem de guia para as ações, atitudes e decisões de todas as pessoas envolvidas na busca dos seus objetivos organizacionais. É um dos pilares mais importantes da marca, neles estão refletidos a imagem de uma organização.
Elaborar ações para alcançar os objetivos
Estabelecidos os objetivos com base na missão, visão e valores, é preciso traçar estratégias para a sua realização. Em vista que, enquanto os objetivos nortearão o caminho que a organização deverá percorrer no futuro, as táticas são responsáveis pelas realizações dos objetivos.
No planejamento, as táticas são referenciadas e compostas por ações corporativas e competitivas. Sendo que as corporativas representam o destino de investimentos futuros, e as competitivas a forma do valor da oferta dos produtos para seus clientes.
Em resumo, pode-se dizer que as táticas são medidas comerciais relacionadas a promoção, distribuição, preço e produção.
Mensurar e analisar os resultados do planejamento estratégico
Uma das principais etapas, a apuração dos resultados, acontece logo após sua implantação. É o último passo, que tem como objetivo entender os resultados acontecidos dentro do cenário elaborado.
Abaixo, separamos as duas principais dicas de metodologias usadas para aferir o desempenho da organização. Confira:
- LTV ou Lifetime Value (Valor do Tempo de Vida): usada para aferir os lucros que determinado cliente trouxe para seu negócio durante o período que ele frequentou sua empresa, ou seja, o LTV relata o rendimento total que um cliente gera;
- Return on Investment ou ROI (Retorno de Investimento): tem como objetivo auxiliar o cálculo da performance dos esforços feitos em uma campanha online, com embasamento no faturamento e investimento dela.
Decorrente da análise dos dados, apoiado em uma lógica ordenada, é possível tomar decisões calculadas para ajustar e tornar a organização mais lucrativa.
Listar os gastos e despesas
Subestimar os custos de um negócio é um caminho seguro para a falência. Desde as pequenas taxas, passando pelos salários até o aluguel do ponto e os impostos, tudo deve ser previsto e contabilizado. Sua empresa deve ter capacidade para, ao menos, cobrir as despesas.
O lucro pode não vir nos primeiros meses, ou até anos, mas uma empresa sólida tem tudo para sobreviver à turbulência do início do voo.
O planejamento estratégico de uma empresa não é fácil de elaborar. Em ambientes de negócios voláteis e sujeitos a várias forças competitivas, novos planos devem ser elaborados periodicamente, especialmente se a marca apresenta crescimento. Porém, para isso, é necessário saber o básico sobre o próprio negócio e mercado.
Entendendo mais sobre como fazer essas atitudes ou ações planejadas, você já pode empreender fazendo parte da nossa franquia. Caso tenha alguma dúvida, ou saiba de outra dica que não pode faltar no planejamento estratégico de uma empresa, deixe o seu comentário no campo abaixo e participe da nossa conversa.